
Realizei meu grande sonho de ser mãe depois dos 30, casei-me com uma pessoa 15 anos mais velha do que eu, o que acelerou meu amadurecimento. Quando o Pedro chegou eu tinha certeza de que estava preparada para ser mãe, mas a gente aprende a ser mãe no dia a dia, entre uma fralda e outra e começa a ver onde o calo aperta. Passei a entender muitas outras mães e ser mais tolerante com as coisas. Paciência é algo que nunca havia feito parte da minha personalidade, mas acho que ela estava escondida na placenta. Só pode ser.
Pedro foi muito desejado e tratado com muito amor sempre. Mesmo nos momentos de cansaço, dúvidas, dificuldades para amamentar, não faltou colo, amor e carinho. Desde sempre é uma criança risonha e bem humorada. Acho que isso tem a ver com sua personalidade, mas a maneira como é tratado com certeza ajuda na quantidade de sorrisos. Que mãe não quer ver seu filho feliz?
Estou vivendo uma experiência completamente nova há alguns dias, a babá do Pedro, com nossa ajuda, está em processo de guarda dos netos. Eles moravam informalmente com ela, mas passavam o dia com a mãe enquanto ela trabalhava aqui em casa. A vida dela estava muito difícil, 3 horas pra vir, 3 pra voltar, crianças mal cuidadas esperando a avó chegar todo dia depois das 22h.
Corri por 60 dias com muitos documentos e agora estamos desfrutando um período de descanso. A babá agora mora a 6 minutos da nossa casa, o neto mais velho está na escola que fica nesse meio do caminho e a neta mais nova aguarda a vaga no maternal que deve sair depois de julho. No tempo em que o mais velho não tem aula, ele fica na minha casa com meu filho e com a irmã dele. A casa vive cheia, mas também sempre alegre, adoro encontra-los em casa.
Desde que vieram pra cá, decidi compensar toda falta de cuidado e amor que ele sofreram nesses últimos anos, afinal a avó não pediu a guarda à toa. O mais velho mostra avanços no seu desenvolvimento, no seu modo de pensar e melhorou seu nível de aprendizado. Tem lidado melhor com seus sentimentos. Tenho feito um trabalho de explicar tudo de maneira clara e bem amorosa, assim ele fica feliz e eu também.
A mais nova quando chegou, tinha um comportamento mais arredio, desconfiado e algumas vezes agressivo. A avó que tem um jeito bem carinhoso de cuidar dos netos, muitas vezes repreendeu a menina como forma de faze-la se comportar, eu resolvi adotar o abraço. Quando ela chora ou grita por algo eu me ajoelho, converso baixinho e peço um abraço e um beijo. Quase sempre resolve, quando não resolve eu tento o colo, um brinquedo e muita conversa. Ela se acalma e tudo fica bem. Eles tem sido a maior demonstração de que a criação com apego é o melhor caminho a ser seguido, e é sim um caminho que funciona.
A maneira carinhosa com que trato meu filho e os netos da babá tem refletido novos comportamentos não só na própria babá, como na minha mãe que passou 20 dias aqui conosco. Espero poder ser exemplo de cuidado, carinho e dedicação, não só ao Pedro, mas a toda criança que estiver próxima a mim. Há 2 anos resolvi voltar a estudar porque quero trabalhar com crianças, acho que me encontrei.